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sexta-feira, 23 de setembro de 2011

Mononucleose Infecciosa

Por Prof. Caetano Baptista Neto


A Mononucleose Infecciosa, também conhecida por “Doença do Beijo”, é uma afecção de origem viral, Epstein-Barr Vírus (EBV). É uma doença sistêmica com envolvimento bucal em cerca de 30% dos casos.
O contágio se dá pelo contato íntimo, como o ato sexual, beijo – motivo do nome vulgar da doença – saliva, principalmente em crianças que levam objetos à boca, disseminação familiar, entre outras formas. Uma vez exposto ao vírus EBV, o indivíduo permanece infectado por toda sua vida.
 A Mononucleose Infecciosa pode acometer a pessoa basicamente sob duas formas, sintomática e assintomática. Esta última aborda, com maior freqüência, a faixa etária infantil. Há a presença do vírus no corpo da criança, mas não há evidências clínicas da patologia.
 Já na forma sintomática, os jovens adultos são os mais envolvidos com presença de sinais e sintomas. Estudantes universitários possuem altos índices de contaminação pelo vírus. Quando o contato com o vírus ocorre tardiamente, ou seja, na juventude, a chance de desenvolver sintomatologia é cerca de 30 a 50%.
O EBV, além de ser encontrado na Mononucleose Infecciosa também está presente em: leucoplasias pilosas (placas esbranquiçadas), alteração comum em pacientes com AIDS; alguns tipos de linfomas e outros cânceres. Não há uma comprovação científica que o EBV cause patologias malignas, mas alguns relatos factuais foram estabelecidos, necessitando de diagnóstico precoce, acompanhamento e conduta adequada para as doenças do tipo de vírus em questão.

Ø  Características clínicas
Em casos sintomáticos, as manifestações clínicas sistêmicas e bucais mais comuns são:
§ Estado gripal: febre / mal-estar / fraqueza muscular / cefaléia (dor de cabeça).
§ Amigdalite: aumento de volume acompanhado de dor e secreção purulenta, algumas vezes.
§ Linfadenopatia (gânglios linfáticos cervicais, especialmente, aumentados e doloridos).
§ Tosse / Rinite
§ Hepatoesplenomegalia (aumento do volume do fígado e baço).
§ Petéquias: pequenas manchas múltiplas avermelhadas localizadas em palato (céu da boca).
§ GUNA (Gengivite Ulcerativa Necrosante Aguda): lesão gengival exacerbada, em caso de resistência ao tratamento convencional, pesquisar a possibilidade de EBV.
§ Úlceras em mucosa buca: lesões semelhantes às aftas.
§ Sangramento gengival: presente mesmo quando não há fatores irritativos (placa bacteriana e/ou cálculo dental – tártaro).

O diagnóstico é realizado através do exame clínico e exames laboratoriais. Na contagem diferencial de Leucócitos (glóbulos brancos), encontram-se aumentados os Linfócitos. A pesquisa de anticorpos para o EBV é requisitada.

O tratamento é diversificado, podendo ser: Suporte, ou seja, alimentação adequada, repouso, hidratação e suplementação vitamínica; tratamento Expectante, o qual se aguarda a regressão da doença espontaneamente entre 4 a seis semanas; e,ainda, a terapia Sintomática, a qual é tratada a sintomatologia do paciente, como analgésicos, antipiréticos, antivirais, antiinflamatórios, corticóides, entre outros. A cura efetiva com a erradicação do vírus ainda é uma barreira a ser derrubada.

Artigo Publicado no Jornal Primeira Página, 2002.

quinta-feira, 16 de junho de 2011

Anemia: considerações gerais

Autor:
Prof. Caetano Baptista Neto


A anemia é uma doença hematológica que ocorre quando há diminuição do número de células sangüíneas - glóbulos vermelhos (hemácias), decréscimo da concentração da proteína hemoglobina na hemácia - responsável pelo transporte de oxigênio para as células do corpo - e/ou redução do hematócrito. Existem vários tipos de anemias. A classificação mais abrangente é a avaliação em relação ao volume do eritrócito (glóbulo vermelho) por falta de algum elemento vital e pela concentração de hemoglobina. Qualquer alteração que ocorra nas hemácias, de ordem quantitativa e qualitativa, haverá um distúrbio a ser diagnosticado e tratado.
Estima-se que para cada 1000 pessoas são encontrados cerca de 18 casos de anemia por ano. É uma patologia relativamente comum e de extrema importância em um atendimento médico-odontológico com intervenção invasiva, principalmente, como as cirurgias gerais e bucais. Qualquer procedimento cirúrgico deve se adiado, quando este for eletivo, ou cuidadosamente controlado durante o ato operatório. Caso contrário o paciente não terá condições boas de recuperação / cicatrização e poderá entrar em choque hemorrágico, correndo risco de morte.
A causa mais direta das anemias é a perda excessiva de sangue, seja por um trauma físico ou por doenças que levam a perda sangüínea, até menstruações abundantes podem favorecer tal episódio, por volta de 10 a 20% das mulheres. Frente a um sangramento visível é fácil detectá-lo e saná-lo. O mesmo já não acontece em hemorragias ocultas, como as gastrites e lesões intestinais, as quais podem proporcionar sangue nas fezes de difícil constatação a olho nu. Nestes casos o exame laboratorial é fundamental para tal averiguação, claro que amparado por suspeitas clínicas condizentes.
Em acidentes, cirurgias de grande porte, ou pacientes com distúrbios hemorrágicos, a diminuição dos elementos sangüíneos ocorre de forma brusca. Estes componentes são responsáveis pela oxigenação e nutrição de nossos tecidos, sua carência deve ser rapidamente revertida através da reposição de unidades de sangue para que o indivíduo não entre em estado de choque. Este zelo é tomado tanto pelos médicos como os dentistas, pois através da anamnese e exame físico do paciente é possível levantar suspeitas sobre as possíveis patologias existentes que possam intervir no processo anêmico.
Outro fator responsável pelas anemias é a deficiência de certos elementos que fazem parte da formação e constituição das hemácias. Os mais destacados são: o Ferro, ácido Fólico (Folato) e a vitamina B12. A carência de um deles é suficiente de ocasionar o distúrbio. Pois o glóbulo vermelho será formado de forma deficiente e insatisfatória para exercer sua função.
A carência de Ferro é explicada pelo desfalque agudo ou crônico de sangue, seja pela ingestão insuficiente de Ferro, ou sua má absorção. Alguns remédios são responsáveis por esta inadequada absorção, como alguns antiácidos tomados pelo indivíduo (automedicação) em longo prazo.
A deficiência de vitamina B12 não se dá preferencialmente pela dieta, mas sim pela absorção inadequada por falta de um fator produzido pelo estômago que auxilia o processo de captação.
O Folato advém da alimentação, se esta estiver insatisfatória haverá anemia por deficiência, ou por má absorção de tal substância. O uso do álcool e certos medicamentos podem interferir neste último evento.
Encontram-se, ainda, as anemias: por desordem genética, como as Talassemias (Maior e Menor); doenças hepáticas; doenças pré-leucêmicas; hipotireoidismo; anemias hemolíticas; dentre outras.
As anemias apresentam manifestações clínicas sistêmicas e bucais que auxiliam a suspeita diagnóstica. Estas serão abordadas no próximo artigo.

Artigo Publicado no Jornal Primeira Página de São Carlos, coluna semanal -Saúde Bucal- 15/01/2002

terça-feira, 3 de maio de 2011

Os PERIGOS da AUTOMEDICAÇÃO em ODONTOLOGIA

Autor: Dr. Caetano Baptista Neto

Já foi o tempo em que se procuravam os farmacêuticos, em primeira instância, quando tínhamos algum problema de saúde para tomar remédios por eles sugeridos. Hoje se sabe que este ato é proibido por lei e pode trazer graves seqüelas ao indivíduo. Na odontologia não é diferente, pois a boca faz parte do organismo e qualquer alteração bucal leva a um comprometimento sistêmico.
Muitos são os casos onde as pessoas, frente às dores de dente, vão até as farmácias e pedem para os balconistas remédios para aliviar o sintoma e estes, inescrupulosamente, indicam medicamentos sem critérios, sem diagnosticar a doença dental ou bucal e, pior, sem habilitação legal para tal. Com certeza quem paga com esta irresponsabilidade é o paciente, pois o problema não foi sanado, mas prorrogado. Quando se prescreve um remédio, o profissional além de estar bem embasado teoricamente sobre a ação da medicação, apresenta experiência clínica sobre seu uso, bem como indicação e posologia. Para cada paciente e a doença que o acompanha não há um único remédio de escolha e nem sua dose é a mesma, caso contrário bastaria ler a bula que seria suficiente. Fica claro então, que para uma doença existem várias opções de abordagens terapêuticas com variações na posologia, bem como a necessidade do uso.
Outro fator importante para a ministração de um medicamento é o diagnóstico correto e precoce por um profissional da área em questão. Na odontologia o cirurgião dentista avalia as condições gerais do paciente, as inviabilidades em caso de sensibilidade alérgica, comprometimento em algum órgão que o remédio irá ser absorvido e metabolizado, em fim, há uma série de detalhes a serem levados em consideração para sua eleição. Milhares de pessoas ainda tomam por conta própria os produtos ofertados nas farmácias e supermercados como se fossem meros coadjuvantes diários de nossas vidas. Pessoas utilizam medicações sem necessidade, como vitaminas, analgésicos, antiinflamatórios, desconhecendo seus efeitos nocivos a longo prazo.
Em nossa rotina clínica presenciamos pacientes portadores de doenças renais, justamente pela utilização inadvertida de remédios durante extensos períodos sem acompanhamento profissional, acarretando em insuficiência renal crônica. Há pacientes com alterações gástricas (úlceras), pelo mesmo motivo anterior, e pessoas com distúrbios hemorrágicos (dificuldade na coagulação). Muitas vezes alguns procedimentos cirúrgicos odontológicos são adiados, quando possível, pelo uso inadvertido de substâncias que alteram o tempo de sangramento e coagulação do paciente antes do ato operatório, como os Salicilatos (Aspirina/AAS/Bufferin/dentre outros).
O que leva a pessoa a se automedicar, em odontologia, é a dor. A sensação dolorosa é um aviso importante do corpo de que algo errado está acontecendo, sendo imprudente ignorar o fato e tentar sanar o problema com recursos próprios, pois acaba mascarando e piorando o problema. A procura do profissional dentista é fundamental para que o problema seja erradicado, caso contrário só irá agravar a condição do paciente. Sempre que uma infecção demorar a ser debelada, seja dentária ou sistêmica, o risco de contaminação por bactérias no sangue (bacteremia) é eminente, e pode levar a um comprometimento de outros órgãos, como exemplo o coração. Este acometimento é responsável por volta de 10% de óbitos cardíacos, a Endocardite bacteriana, tendo como principal origem as infecções buco-dentais.
O uso indiscriminado de antibióticos também é crítico, pois se for mal indicado e utilizado, pode selecionar bactérias não sensíveis ao medicamento ou, até mesmo, criar resistência nos agentes patógenos, limitando os recursos terapêuticos proporcionados ao paciente.
Poucas são as doenças dento-bucais que não exigem intervenção do cirurgião dentista, ou seja, existem lesões que por si só regridem, como o caso da Afta vulgar – já abordada neste jornal, mas a maioria necessita de conduta terapêutica especializada, seja no diagnóstico como no tratamento.
Frente a uma alteração local ou geral, procure ajuda adequada para não sofrer as conseqüências deletérias decorrentes da automedicação.


Publicado no jornal Primeira Página de São Carlos, caderno Cultura, coluna Saúde Bucal, 2001


segunda-feira, 2 de maio de 2011

AFTAS

Aftas: conceito e características clínicas

Autor: Dr. Caetano Baptista Neto


1. Introdução

As aftas, dentre diversas lesões bucais existentes, são as mais freqüentes e benignas que acometem um indivíduo. A única preocupação que se deve ter é o seu correto e seguro diagnóstico, pois existem doenças bucais que se assemelham clinicamente com a Afta, mas são perigosas se não tratadas ou o tratamento estipulado não é adequado para tal patologia.
Com o intuito de elucidar o assunto é que teceremos alguns comentários gerais, bem como sua característica clínica para diferenciar das demais alterações bucais, como algumas doenças fúngicas, virais, bacterianas, neoplásicas (Câncer bucal), dentre outras.

2. Generalidades

Dificilmente encontraremos alguma pessoa que nunca teve a lesão aftosa. Esta surge sem uma causa definida e comprovada, tendo uma duração média variada em torno de 5 a 15 dias. Na grande maioria das vezes é dolorida, exacerbando o sintoma com substâncias alcoólicas (bebidas/bochechos) e alimentação condimentada (picante/apimentada). Da mesma forma que surge, desaparece sem deixar seqüelas, independentemente do uso de remédios ou pomadas/cremes medicamentosos.
Há um mito que tenta explicar a causa da Afta. Dizem que a ingestão de substâncias ácidas/cítricas, como abacaxi, faria com que a lesão se manifestasse. O que não é verdade. Uma explicação é que diversas pessoas que tiveram Afta, por ter comido abacaxi, não a deixaram de ter com a suspensão desta fruta. E o que diriam as pessoas que não comeram frutas cítricas e apresentam a afecção? O que ocorre é que para algumas pessoas há um processo alérgico entre uma substância encontrada no abac.axi e o indivíduo, provocando assim, uma úlcera (afta)
Segundo estudos realizados, não há um fator etiológico para Afta, ou seja, não é conhecido o que cause esta alteração. O que existe são fatores que podem contribuir para  o seu aparecimento, estes podem ser chamados de fatores contribuintes. São eles:
- Falta de vitaminas (avitaminoses)
- Baixa imunidade
- Estresse Psicológico
- Doenças oportunistas
- Hereditariedade
- Reação alérgica às certas substâncias em alimentos cítricos (abacaxi)

Não podemos nos ater em apenas um aspecto citado acima, mas uma interação dinâmica entre eles, ou até mesmo tentar detectar o fator contribuinte para cada pessoa para evitá-lo.
Muitas vezes ocorrem as úlceras traumáticas, que são machucados intrabucais promovidos pela ação mecânica da escova, por exemplo, ou até substâncias químicas como remédios para bochechos ou até mesmo com alimentação/temperos condimentados, mas nesses casos se conhece o agente etiológico e eliminá-lo para a lesão não mais retornar. O que não acontece com a Afta, pois se abandonássemos nossos hábitos alimentares a mesma pode aparecer. Ao grupo de úlceras, causadas por injúrias de natureza químico-física conhecida, damos o nome de úlceras traumáticas e têm tratamento específico, diferentemente das Aftas.

3. Características Clínicas & Tratamento

As Aftas geralmente se apresentam em quantidade única ou múltipla. Apresentam um halo avermelhado em torno de uma região circular/ovalada de coloração amarelada/acinzentada. Região esta em cicatrização. Costumam ser doloridas ao toque, com alimentação de tempero picante, com a simples movimentação dos lábios e língua. Os locais de maior incidência são os lábios, parte interna e ventre de língua. Raramente em Palato duro (céu da boca). Figura 1.


O tratamento não é específico, pois é uma alteração que regride dentre 5 a 15 dias, não necessitando de intervenção. Caso o incômodo doloroso seja significativo, o cirurgião dentista pode optar pelas pastas antiinflamatórias locais específicas e dependendo do caso até o uso sistêmico de vitaminas. Se a dor for intensa há a opção de medicamentos analgésicos leves. Há casos em que a Afta possui grande proporção em extensão e sintomatologia, sendo necessário o uso de remédios sistêmicos e tópicos.
Algumas pessoas utilizam o bicarbonato nessas lesões, produto este de ação corrosiva nas terminações nervosas da região afetada, levando a um ardor intenso na hora do uso acompanhado de uma sensação de melhora do sintoma doloroso pela discrepância da dor intensa da ação da substância e a dor moderada da lesão, juntamente com a “queimação” dos terminais nervosos. Convenhamos que este método é um pouco agressivo tanto para a região quanto o pico de dor do bicarbonato de sódio utilizado. É sempre bom relembrar que o uso da automedicação sempre traz danos à saúde do indivíduo. Neste caso retarda a cicatrização que normalmente ocorreria.

Publicado no Jornal Primeira Página de São Carlos, caderno Cultura - coluna "Saúde Bucal" em 6 de Fevereiro de 2001.

sábado, 5 de março de 2011

Doença Periodontal


Doença Periodontal
 
O que é periodonto?
É o conjunto de tecidos que está ao redor do dente e que é responsável pela sua fixação: gengiva, osso alveolar e fibras que ligam raiz ao osso.
O que é Doença Periodontal (DP)? É a mesma coisa que gengivite?
É o comprometimento dos tecidos periodontais pelo processo inflamatório, que leva à reabsorção do osso que está ao redor das raízes dos dentes, enquanto que, na gengivite, não há alteração óssea, pois a inflamação só atinge a gengiva.
Como posso saber se já tenho a DP?
0 sinal mais característico é o sangramento, mas devemos estar atentos também para: alterações na posição dos dentes, mobilidade, retrações gengivais, retenções de alimento, inchaço etc.
Ao perceber sangramento durante o uso do fio dental, devo suspender esse procedimento de limpeza?
Não, desde que esteja passando o fio corretamente. 0 sangramento denota a presença de bactérias nessa região e, dessa forma, é conveniente continuar com o uso do fio na tentativa de removê-las.
Existem medicamentos indicados para o tratamento?
Não é possível o tratamento desta doença somente com medicamentos, sejam estes locais ou sistêmicos. A placa bacteriana aderida ao dente tem que ser removida mecanicamente.
Qual a causa da DP?
A placa bacteriana aderida ao dente é a única causa, porém algumas alterações na gengiva podem estar associadas a causas hormonais, uso de alguns medicamentos, queda de resistência etc.
Corno o tratamento é realizado pelo cirurgião-dentista?
É feito com a remoção da placa bacteriana aderida através de raspagem e alisamento das raízes dos dentes. Quando os instrumentos de raspagem não atingem toda área da raiz comprometida, as cirurgias são indicadas; para facilitar o acesso.
Uma vez tratada a doença, os tecidos recuperam-se integralmente?
Não, sempre ficam seqüelas, com exceção das gengivites. A doença periodontal deixa como seqüelas alterações estéticas como: deslocamento na posição do dente, retração gengival com conseqüente aumento no comprimento do dente etc. Existem procedimentos cirúrgicos e protéticos que podem miminizar esses defeitos.
De quando em quando se fazem os retornos para a manutenção após o tratamento?
As visitas para manutenção devem assegurar a estabilidade da condição de saúde alcançada com o tratamento e, assim, evitar tanto a o progressão da doença como a sua recidiva.
Nos casos mais avançados, recomenda-se uma periodicidade de 3/3 meses e de 4/6 meses para a maioria das pessoas.

E possível prevenir esta doença?
A sua prevenção pode ser feita unicamente removendo a placa bacteriana através de limpeza bucal doméstica com fio dental e escova, mais limpezas periódicas feitas pelo dentista.
Prevenção: Limpeza bucal doméstica + Limpeza profissional de 6/6 meses.


Fonte: Revista da APCD

Anestesia: dúvidas mais comuns

Anestesia
O que é anestesia?
É o ato de suprimir os estímulos dolorosos através de um medicamento anestésico.

Qualquer pessoa pode tomar anestesia?
Antes disso, a pessoa deve responder a um breve questionário de saúde, padronizado pela ASA (Sociedade Americana de Anestesiologia), que determina o risco anestésico e cirúrgico. Com base em suas respostas, o profissional terá condições de informar se ela está apta a submeter-se a tratamento odontológico com anestesia. Mas, para seu conforto, já lhe adianto que esse procedimento é muito seguro e que a variedade de medicamentos disponíveis proporciona muita segurança.

Existe contra-indicação?
Sim, e elas podem estar relacionadas ao agente anestésico ou ao vasoconstritor. Com relação ao vasoconstritor, os pacientes com pressão alta não tratada ou não controlada, doenças cardíacas graves, diabetes mellitus não controlada, hipertireoidismo, feocromocitoma, sensibilidade aos sulfitos e usuários de antidepressivos tricíclicos, compostos fenotiazínicos, cocaína e “crack”, têm limitações no uso de anestésicos.

Uma pessoa com 70 anos também pode tomar anestesia?
Com o passar da idade, muitas alterações podem aparecer, as quais podem contra-indicar ou não o procedimento. Como foi explicado no item acima, se o paciente apresentar algumas dessas alterações, o uso do anestésico pode estar temporariamente contra-indicado. Nesse caso, ele é encaminhado ao profissional médico habilitado e, após a sua liberação, o procedimento de anestesia é realizado.

Gestantes podem tomar anestesia?
Sim, o estado de gravidez não contra-indica o procedimento anestésico. Porém, se for possível, é mais aconselhável o uso da anestesia entre o terceiro e o sexto mês de gestação.

Existe o risco de choque anafilático?
Sim, porém é muito pequeno, uma vez que as respostas ao questionário de saúde orientam o profissional sobre o possível risco de choque anafilático.

Quais são os tipos de anestesia?
De uma maneira bem abrangente, a anestesia pode ser local ou geral. A anestesia local é administrada pelo cirurgião-dentista no próprio consultório. A geral deve ser feita pelo médico anestesista em hospital ou clínicas apropriadas.
O que é sedação consciente?
É um procedimento realizado pelo cirurgião-dentista e pelo médico anestesista, a fim de proporcionar maior conforto ao paciente, em casos de pacientes ansiosos ou com medo de ir ao dentista. Esse procedimento é realizado combinando-se a ação do anestesista (através de medicamentos relaxantes) com a do cirurgião-dentista (por meio de anestésicos locais), proporcionando conforto e eficiência anestésica em grandes procedimentos ambulatoriais.

Por que, às vezes, a anestesia demora mais para passar?
Provavelmente devido ao tipo de tratamento realizado. O profissional irá escolher o tipo de técnica, a quantidade e o medicamento. Nesse caso, quando o procedimento é simples, geralmente a anestesia passa rapidamente, ao contrário do que acontece em procedimentos longos, nos quais o profissional necessita de maior quantidade de anestésico.

Qual é a quantidade máxima de anestésico que se pode tomar?
Geralmente, os medicamentos são feitos para, em média, serem administrados 10 tubetes de anestésico em dose de segurança. Deve-se lembrar que o medicamento é composto pelo agente anestésico e pelo vasoconstritor. Em alguns casos em que está contra-indicado ou restrito o uso do vasoconstritor, a quantidade deve ser diminuída.

Como eu posso tomar uma anestesia sem dor?
Quando se pensa em anestesia, a primeira lembrança é o desconforto devido à picada da agulha, mas isso não mais ocorre. Hoje, com os cuidados pré-anestésicos que envolvem desde a utilização de medicamentos tranqüilizantes até o uso de anestésicos tópicos fortes, o incômodo do procedimento de anestesia diminuiu muito, chegando a não ser notado, dependendo da relação de confiança entre o paciente e o profissional.

Existe algum aparelho que aplique a anestesia para proporcionar conforto?
Sim. O conforto durante a anestesia é estabelecido quando uma pequena quantidade de anestésico é injetada continuamente por um maior período de tempo. Um aparelho dotado de microprocessador pode injetar a anestesia de forma lenta e contínua, diminuindo o desconforto do procedimento de anestesia.


Fonte: Revista da APCD

O que é o Laser em Odontologia?

Laser

O que é o laser?
Laser é uma luz com características muito especiais, que lhe conferem propriedades terapêuticas. O laser emite sempre uma luz pura, sem mistura, diferentemente da luz comum, formada de vários comprimentos de onda.
Quais os tipos que existem?
Existem três tipos de laser. Um deles é o laser terapêutico, que usamos em substituição aos medicamentos ou em conjunto com eles. Ele tira a dor, é usado como antiinflamatório e ajuda na cicatrização. Outro tipo de laser é o cirúrgico, que remove tecido, corta, vaporiza. Por isso, pode ser usado em cirurgias, para a remoção de cáries e para a esterilização de lesões. Além desses, existe ainda um laser usado exclusivamente para diagnóstico.
Qual a vantagem do laser terapêutico?
A grande vantagem é que, em vez de o paciente tomar medicamentos, o laser ativa o próprio organismo a produzir certas substâncias que podem, muitas vezes, substituí-los. Por exemplo, se o paciente precisa de cortisona, o laser induz seu organismo a produzir cortisol, então ele não tem de tomar o medicamento, ou pode tomá-lo em doses reduzidas.
Qual a vantagem do laser cirúrgico?
Esse tipo de laser, ao mesmo tempo que corta o tecido, provoca coagulação e fechamento de vasos linfáticos e terminações nervosas. Isso quer dizer que, nessas cirurgias, não há sangramento, há menos edema depois da cirurgia, e os pacientes têm um pós-operatório muito menos doloroso. Possibilita, portanto, a realização de cirurgias de modo menos invasivo e agressivo. Para a remoção de cárie, a vantagem é que os pacientes necessitam de menos anestesia que nos tratamentos convencionais. A grande vantagem, porém, é que, além de remover a cárie, o dentista é capaz de esterilizar esse dente e deixá-lo com uma dureza maior do que a que tinha antes do tratamento.
E o laser para diagnóstico, como funciona e para que serve em Odontologia?
É um laser que opera em uma potência muito baixa, emitindo uma luz visível que vai até o dente, é absorvida na sua superfície e emite uma fluorescência, que pode ser mensurada no painel do aparelho, variando conforme o tipo ou a gravidade da cárie que há no dente. É um método de diagnóstico muito interessante, que desempenha um importante papel na prevenção odontológica. Esse método não “machuca” o dente, ao contrário dos realizados com sondas, que ferem a superfície dental por ocasião do exame clínico, mesmo que ela esteja íntegra.
Existe contra-indicação para os tratamentos com laser?
Pelo contrário, o laser cirúrgico é muito bem indicado para pacientes portadores de discrasias sangüíneas, diabetes e todas as doenças degenerativas, obtendo bastante sucesso no tratamento de pacientes portadores de doenças imunossupressoras. Também não há contra-indicação para o uso em mulheres grávidas ou pacientes com problemas no coração. Uma vez que a cirurgia com laser cirúrgico não sangra, não causa estresse e provoca menos edema no pós-operatório, esses pacientes, que em Odontologia chamamos de “pacientes especiais”, são os principais beneficiados com essa técnica.
Posso substituir todos os meus tratamentos dentários convencionais por tratamentos com laser?
Não. Não se pode dizer que o laser terapêutico e o cirúrgico substituam tecnicamente todos os tratamentos convencionais. Eles têm grandes indicações, porém, como todas as técnicas, têm suas limitações. É importante lembrar que o tratamento com laser algumas vezes substitui tratamentos com técnicas convencionais, mas outras vezes funciona apenas como coadjuvante.
O laser substitui o tratamento com motorzinho?
Infelizmente, não em todos os casos. O uso do laser em dente, ainda que muito efetivo, é limitado. Ainda não se podem fazer preparos extensos, como os de coroas, por exemplo.
Por que o tratamento com laser é caro?
Porque os aparelhos utilizados nesses tratamentos são muito caros. Além disso, o profissional que os utiliza precisa ter uma formação específica na área, o que demanda investimento de sua parte. Todo o conceito de tratamento odontológico com laser passa a ter uma conotação mais sofisticada, o que acaba onerando o tratamento. Por exemplo, para ter esse equipamento no consultório, este precisa estar equipado com determinados dispositivos, precisa haver uma sala apropriada. Tudo isso acaba somando custos, que são repassados para o paciente.  
Fonte: Revista da APCD